terça-feira, 1 de maio de 2012

Professor paga o próprio piso (É PRA RIR OU PRA CHORAR?)
O geógrafo Alex Ruffeil
 Novamente estamos na encruzilhada da desesperança. Sabemos que caminho trilhar, mas a ignorância ou a falta de coragem nos força a permanecer no centro. No teatro de fantoches somos espectadores da mentira propagada por um Governo, que como tantos outros, é desonesto e corrupto. Estamos definhando, mas ainda vivos.
O medo da greve - 'O MEDO DA ORIGEM AO MAL" - corrompe nossos sentimentos, fortalece nossos opositores e mascara as mazelas da educação. Não grevamos porque queremos, mas sim porque é necessário. Ou fazemos isso ou nos tornamos escravo do sistema que corrompe pouco a pouco a sociedade.
Numa jogada de mestre (na arte de enganar) o Governo do Estado mais uma vez, inescrupulosamente, ludibria a sociedade quanto à educação no Pará. Noticiada aos quatro ventos pela imprensa local o pagamento do piso, como algo surpreendente, pelo governo (o que não seria mais que sua obrigação), porém, infelizmente, não foi explicado corretamente como seria pago os valores aos professores.
No sentido de “(des) valorizar a educação” governo retira abono FUNDEB dos professores para pagar piso nacional, sem ganhos reais para os educadores. Pois ao retirar o abono para pagar o piso as vantagens incididas nas gratificações cobriram o abono e o que sobrou foi para os descontos de impostos, plano de saúde e IGEPREV. Sendo assim, ganhos reais para a categoria não houve em função da postura arbitrária do governo que para pagar o Piso retira o abono e sangra a categoria. E mais uma vez nos perguntamos: o que será feito com esse dinheiro do FUNDEB?
Como uma forma de “vingar” a última greve, o Governo quer dar mais um golpe com a tentativa de transformar a jornada de trabalho de hora-aula para hora relógio. Em vez de sairmos da sala de aula para a hora-atividade “é o tempo reservado ao docente, cumprido na escola ou fora dela, para estudo e planejamento, destinado a avaliação do trabalho didático e a socialização das atividades pedagógicas, atividades de formação continuada, reunião, articulação com a comunidade e outras atividades estabelecidas no projeto político pedagógico”, segundo o PCCR, continuaríamos com a mesma carga horária em sala e o tempo de sobra (15 minutos, já que a hora-aula tem 45 minutos e o relógio 60) ficaria para a hora-atividade. Contrariando o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração, criada e sancionada em 2010, que diz no “§1º As jornadas de trabalho previstas neste artigo compreendem as horas-aula e as horas-atividade” e não dá nenhuma abertura para essa interpretação.
Dessa forma, o Governo Tucano Simão Jatene procura barganhar submetendo as negociações uma proposta absurda e sem respaldo jurídico para fazer os profissionais da educação reivindicarem o modelo antigo. Trocando em miúdos, ficaria tudo como está! Não podemos aceitar essas agressões a categoria, compactuando com a mediocridade que é hoje o sistema educacional brasileiro.
Há muito tempo estamos expondo que dinheiro para a educação existe, o que falta é compromisso para investir os recursos e beneficiar a sociedade de uma forma geral. Ou seja, o Governo tenta inverter novamente a situação, beneficiado pelos meios de (des)comunicação (Diário e Liberal), colocando a responsabilidade para os trabalhadores da educação de provar para a sociedade que nós estamos sendo lesados. Ao invés de estarmos discutindo a melhoria da educação de forma ampla estamos nos pautando em questões específicas para justificar as irregularidades do Governo do Estado do Pará. Por isso, conseguimos avançar pouco em direção as transformações sociais que queremos.
Homenageando o humorista Chico Anysio, com suas clássicas críticas sociais, como na escolinha do Professor Raimundo “E o salário, ó...”. Assim como a educação.
Prof. Ms. Allan Silva
Prof. SOME Alex Ruffeil.

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