Projeto contribui para
melhorar
a escrita e a leitura dos
alunos
Estudantes do Ensino Médio Modular de Murumuru
E
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studantes do Ensino Médio Modular (EMM), da
comunidade escolar atendida na escola municipal “Afro Amazônida”, na comunidade
de Murumuru, no planalto Santareno participaram do projeto “Oficina de Produção
Textual e Leitura”, sob a coordenação da educadora Daniela Lobato (Letras), do
corpo docente do Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), Polo de
Santarém.
O projeto
foi elaborado com objetivo de contribuir para a melhoria da escrita e da
leitura dos alunos. “Sabe-se que os
alunos do Ensino Médio têm muitas dificuldades quando o assunto é ‘escrita’,
ainda mais quando se trata de alunos do Ensino Modular, a carência é bem maior,
pois eles não têm acesso direto a livros, jornais, revistas e outros meios de
comunicação que de alguma forma facilitam a leitura e, por conseguinte, a
escrita”, justifica a autora nas páginas do projeto.
Além disso, Daniela enfatiza que “produzir um texto correto e elegante, em
que o uso adequado das infinitas e complicadas regras gramaticais case com as
ideias a serem comunicadas, resultando em algo prazeroso de ler, parece coisa
de professor de português, mas os alunos também podem aprender a gostar de ler
e, consequentemente, gostar de escrever, basta que usemos os métodos adequados
para chamar a atenção dos educandos e fazer deles bons escritores.”
Os estudantes, depois de receberem orientações
teóricas sobre produção textual, produziram textos, onde evidenciaram a sua
realidade e vivências. Depois de prontos, os mais problemáticos foram
corrigidos e reescritos e inseridos em um
álbum de textos e num jornal, que foram apresentados na sala de aula. O jornal foi
distribuído na escola.
A seguir
algumas das obras produzidas.
Murumumu: Paraíso dos Quilombolas
Eu moro a três anos na comunidade de
Murumuru na região de planalto. Tem a Escola Afro Amazônida que funciona de
Educação Infantil a 8ª série do Ensino Fundamental e do Ensino Médio do 1º ao 3º anos.
Há duas igrejas, uma Assembleia e a
outra católica e dois clubes de futebol (Flamenguinho e Vasco) e um barracão
comunitário, mas se fossem dois ficaria melhor para nós. A nossa comunidade é
uma das mais movimentadas em dias de festa.
Têm muitas árvores frutíferas como o
açaí, o taperebá, o ingazeiro, cacaueiros, etc. Aqui a pesca ajuda muita gente
quando não tem nada para comer; há também vários animais como: gado branco,
búfalos, jacarés, cobras, galinha, pato, porco, marreca, ananaí, picotes,
cachorros e muitos pássaros cantando quando o dia amanhece.
As belezas naturais são imensas. Tem
reservas aonde têm muitos peixes como o tambaqui e o pirarucu, a pescada, etc.
É um lugar muito bom de viver. Estou aqui há pouco tempo e pretendo ficar de
vez, porque estou “casada” com um moreno do local.
Eu queria que as autoridades olhassem
para a nossa comunidade que precisa de uma estrada boa, pois há muita poeira,
no verão, e com isso, muitos idosos e várias pessoas ficam doentes. Essas
pessoas precisam de cuidados médicos e do apoio dos comunitários para que todos
possam viver tranqüilos e felizes no paraíso dos quilombolas.
(Gleiciane Santos de Sousa, 2º
ano, tarde, 2013)
Os problemas de Samauma
A comunidade de Samaúma está passando por vários tipos de problemas que
vêm desanimando os moradores. Podemos citar alguns como: a falta de um ônibus
para escoamento dos produtos dos moradores; a melhoria das estradas que dão
acesso à escola e a outros lugares e a falta de um microssistema.
Em relação à questão do ônibus, observamos que os comunitários sofrem
por não ter um transporte que os conduza para as feiras e adjacências.
Infelizmente isso vem se arrastando por vários anos.
Concernente aos ramais da comunidade é inadmissível que continue da
mesma forma, pois muitas pessoas já sofreram acidentes por ter muitos buracos e
ser bastante escorregadio. Essa situação é lamentável.
No que se refere à falta de um microssistema, vemos que a água consumida
é de igarapés e a mesma não é potável e esta pode ser fatal para a saúde de
muitas pessoas. E também os mesmos ficam bastante longe das casas dos
moradores, o que na verdade dificulta tudo.
Por tudo isso, entendemos que a comunidade de Samaúma necessita de
soluções urgentes, pois a comunidade está sem um ônibus para o escoamento de
seus produtos; com estradas em péssimas condições e com a falta de um
microssistema. É necessário que os moradores juntamente com o presidente da
associação se juntem e lutem pelos seus direitos junto aos órgãos competentes
para que esta situação possa mudar. Só unidos conseguiremos melhorias para a
comunidade de Samaúma.
(Jean Trindade dos Santos, 3º ano, aluno de
Murumuru)
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