sexta-feira, 15 de novembro de 2013

MURUMURU - PLANALTO


Projeto contribui para melhorar
a escrita e a leitura dos alunos



 
Estudantes do Ensino Médio Modular de Murumuru
 
E

studantes do Ensino Médio Modular (EMM), da comunidade escolar atendida na escola municipal “Afro Amazônida”, na comunidade de Murumuru, no planalto Santareno participaram do projeto “Oficina de Produção Textual e Leitura”, sob a coordenação da educadora Daniela Lobato (Letras), do corpo docente do Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), Polo de Santarém.

O projeto foi elaborado com objetivo de contribuir para a melhoria da escrita e da leitura dos alunos. “Sabe-se que os alunos do Ensino Médio têm muitas dificuldades quando o assunto é ‘escrita’, ainda mais quando se trata de alunos do Ensino Modular, a carência é bem maior, pois eles não têm acesso direto a livros, jornais, revistas e outros meios de comunicação que de alguma forma facilitam a leitura e, por conseguinte, a escrita”, justifica a autora nas páginas do projeto.
 
Além disso, Daniela enfatiza que “produzir um texto correto e elegante, em que o uso adequado das infinitas e complicadas regras gramaticais case com as ideias a serem comunicadas, resultando em algo prazeroso de ler, parece coisa de professor de português, mas os alunos também podem aprender a gostar de ler e, consequentemente, gostar de escrever, basta que usemos os métodos adequados para chamar a atenção dos educandos e fazer deles bons escritores.”

Os estudantes, depois de receberem orientações teóricas sobre produção textual, produziram textos, onde evidenciaram a sua realidade e vivências. Depois de prontos, os mais problemáticos foram corrigidos e reescritos e inseridos em um álbum de textos e num jornal, que foram apresentados na sala de aula. O jornal foi distribuído na escola.

A seguir algumas das obras produzidas.

 
Murumumu: Paraíso dos Quilombolas
          Eu moro a três anos na comunidade de Murumuru na região de planalto. Tem a Escola Afro Amazônida que funciona de Educação Infantil a 8ª série do Ensino Fundamental e do Ensino Médio  do 1º ao 3º anos.
           Há duas igrejas, uma Assembleia e a outra católica e dois clubes de futebol (Flamenguinho e Vasco) e um barracão comunitário, mas se fossem dois ficaria melhor para nós. A nossa comunidade é uma das mais movimentadas em dias de festa.
          Têm muitas árvores frutíferas como o açaí, o taperebá, o ingazeiro, cacaueiros, etc. Aqui a pesca ajuda muita gente quando não tem nada para comer; há também vários animais como: gado branco, búfalos, jacarés, cobras, galinha, pato, porco, marreca, ananaí, picotes, cachorros e muitos pássaros cantando quando o dia amanhece.
         As belezas naturais são imensas. Tem reservas aonde têm muitos peixes como o tambaqui e o pirarucu, a pescada, etc. É um lugar muito bom de viver. Estou aqui há pouco tempo e pretendo ficar de vez, porque estou “casada” com um moreno do local.
          Eu queria que as autoridades olhassem para a nossa comunidade que precisa de uma estrada boa, pois há muita poeira, no verão, e com isso, muitos idosos e várias pessoas ficam doentes. Essas pessoas precisam de cuidados médicos e do apoio dos comunitários para que todos possam viver tranqüilos e felizes no paraíso dos quilombolas.
(Gleiciane Santos de Sousa, 2º ano, tarde, 2013)

 
Os problemas de Samauma                 
        A comunidade de Samaúma está passando por vários tipos de problemas que vêm desanimando os moradores. Podemos citar alguns como: a falta de um ônibus para escoamento dos produtos dos moradores; a melhoria das estradas que dão acesso à escola e a outros lugares e a falta de um microssistema.
        Em relação à questão do ônibus, observamos que os comunitários sofrem por não ter um transporte que os conduza para as feiras e adjacências. Infelizmente isso vem se arrastando por vários anos.
        Concernente aos ramais da comunidade é inadmissível que continue da mesma forma, pois muitas pessoas já sofreram acidentes por ter muitos buracos e ser bastante escorregadio. Essa situação é lamentável.
        No que se refere à falta de um microssistema, vemos que a água consumida é de igarapés e a mesma não é potável e esta pode ser fatal para a saúde de muitas pessoas. E também os mesmos ficam bastante longe das casas dos moradores, o que na verdade dificulta tudo.
         Por tudo isso, entendemos que a comunidade de Samaúma necessita de soluções urgentes, pois a comunidade está sem um ônibus para o escoamento de seus produtos; com estradas em péssimas condições e com a falta de um microssistema. É necessário que os moradores juntamente com o presidente da associação se juntem e lutem pelos seus direitos junto aos órgãos competentes para que esta situação possa mudar. Só unidos conseguiremos melhorias para a comunidade de Samaúma.
        (Jean Trindade dos Santos, 3º ano, aluno de Murumuru)

 

 

 

 

Nenhum comentário: