Sintepp Belém X
Sintepp Santarém: um conflito visível
Por: Eládio Delfino Carneiro Neto
P
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ara nós, que acompanhamos e vivemos o processo de mobilização social
entre os trabalhadores em Educação pública da rede estadual de ensino, em
Santarém, nunca ficou tão claro a divergência existente entre a coordenação do
Sintepp Belém e a coordenação do Sintepp Santarém, como nesta greve, que foi
deflagrada no último dia 23.
As posições são antagônicas e claras. Por um lado, membros da coordenação
de Belém, atacam a coordenação do Sintepp Santarém, acusando-os de terem
manipulado o resultado da assembleia realizada na noite do dia 1o de outubro,
quando cerca de 300 trabalhadores em Educação da rede estadual de ensino
santarenos, se posicionaram sobre o movimento grevista deflagrado em Belém e
definiram: “...apoiar o movimento não cruzando os braços na totalidade, mas
realizando paralisações semanais, em dias alternados, podendo assim contar
sempre com a presença de pais e alunos nas atividades, visto que em uma
paralisação total estes acabam se isolando e se voltando contra a categoria.”,
de acordo com nota divulgada pela sub sede na rede social Facebook.
Uma das denúncias partiu do coordenador estadual Alex Ruffeil, que em
reunião do corpo docente do Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME),
Polo de Santarém, realizada no dia 30 de setembro, acusou a coordenação do
Sintepp local, de ter levado a discussão para as escolas, de forma que estas
decidissem ou não pela grave. Para Alex houve um desprestígio da coordenação,
para com o instrumento mais importante e democrático da decisão, que é a
assembleia geral.
Na ocasião, os 55 educadores e técnicos do SOME presentes na reunião convocada pela coordenação do Polo de Santarém, decidiram apoiar o movimento grevista em Belém e votar na assembleia do Sintepp, que foi realizada no dia 1o de outubro, pela adesão a greve.
Na ocasião, os 55 educadores e técnicos do SOME presentes na reunião convocada pela coordenação do Polo de Santarém, decidiram apoiar o movimento grevista em Belém e votar na assembleia do Sintepp, que foi realizada no dia 1o de outubro, pela adesão a greve.
Por outro lado, a coordenação do Sintepp/Santarém acusa Belém, de não ter
consultado a base, antes de ter deflagrado o movimento grevista, entre outras
acusações, como a de ter encerrado a última greve antes de Santarém.
A divergência entre as duas coordenações do Sintepp ficou mais evidente,
quando o Sintepp/Santarém lançou nota divulgando o resultado da assembleia, com
a posição dos trabalhadores santarenos sobre a greve.
Nas redes sociais vários comentários de filiados, deixam claro essa
divergência. Veja alguns deles contra o Sintepp/Santarém: “...Essa decisão é
fruto de uma direção vacilante, já vi essa história por aqui. Felizmente, a
base rechaçou essa prática diversionista que só confunde a luta em defesa da
escola pública, gratuita e de qualidade!” (Sebastião Netto Santos).
“Enquanto a direção da sub sede STM continuar suscitando tomadas de
decisões tendenciosas me excluo de qualquer atividade que envolva esse
sindicato...só queria perguntar aos companheiros de STM se na História houveram
meias revoluções...cabanagem parcial.” (Welcia Mara Gomes Leal).
“Acho que já estava na hora de Santarém viver um momento assim. Creio que
agora hão de aparecer novos revolucionários para assumir o Sindicato, coisa que
não foi possível na última eleição, quando com muita insistência, conseguiu-se
montar uma única chapa” (Marcio Pinto).
Como vocês podem ver, um grande conflito está evidenciado, dividindo os
trabalhadores, num momento crucial de mobilização, em que a unidade, a união
devem superar todos os interesses (políticos e partidários), em prol dos
interesses coletivos.
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