A equipe do Modular Notícias resgata, para conhecimento do leitor, alguns dos trabalhos científicos já publicados por educadores do corpo docente do SOME, Polo de Santarém. Para iniciar a série reescrevemos abaixo texto publicado na edição 19 do informativo, sobre a pesquisa feita pela bióloga Dilma Figueiredo, na Comunidade de Saracura, na várzea santarena.
Estudo avalia mistura
interétnica em Saracura
N
|
o
dia 18 de junho de 2009, a bióloga e geneticista Dilma de Figueiredo Almeida,
do corpo docente do Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME, Polo de
Santarém, expôs e apresentou em forma de “banner” sua pesquisa intitulada
"Uso de Marcadores do Tipo Indel de Ancestralidade Indígena, Europeu e
Africano, na Comunidade Quilombola de Saracura" , no III ENGENOR- Encontro
de Genética do Norte, que foi realizado no Barruda do Tropical Hotel, em
Santarém.
O
estudo teve como objetivo geral investigar uma amostra de 98 indivíduos de uma
comunidade quilombola da Amazônia - Saracura, em Santarém, em relação a 48
marcadores de ancestralidade, de forma a quantificar o processo de mistura
interétnica que deu origem a cada um dos indivíduos analisados.
No
estudo, a pesquisadora avaliou a contribuição genética dos indivíduos através
de 48 marcadores autossômicos informativos específicos bialélicos do tipo
inserção/deleção (InDel).
As
análises estatísticas foram feitas em três programas, Arlequim 3.1, Structure V
e Admix 2.1.
Os
valores de índice de diferenciação (Fst) empregaram o programa Arlequim 3.1 e
mostraram que a população da comunidade analisada após a correção de
Bonferroni, não apresenta diferenças estatisticamente significantes em relação
à contribuição de gene ancestrais.
No
programa Structure V os resultados revelaram que esta população formou
grupamentos relativamente heterogêneos em relação aos três grupos (ameríndios,
africanos e europeus).
A
análise de mistura interétnica utilizou o programa Admix 2.1, o resultado
revelou presenças maiores de linhagens ameríndias (36%), seguidas das africanas
(33%), e européias (31%).
Do
ponto de vista biológico, o estudo possibilitou o resgate de informações das
populações que participaram do processo de formação das populações
Afro-brasileiras.
Neste
contexto, a bióloga evidencia que há uma forte contribuição indígena, em se
tratando de uma população de origem africana.
Os
resultados biológicos, por meio do DNA autossômico permitiram o resgate de
parte das interações biológicas e sociais, ocorridas no passado, entre os três
grupos, durante o processo de formação e expansão das comunidades
afro-brasileiras da Amazônia.
Os resultados
sugerem que durante a formação da comunidade de Saracura, na várzea, houve uma
interação social e biológica entre as três etnias, pois a comunidade
apresenta-se como um grupo miscigenado.
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