domingo, 19 de agosto de 2012

PESQUISA SOME


A equipe do Modular Notícias resgata, para conhecimento do leitor, alguns dos trabalhos científicos já publicados por educadores do corpo docente do SOME, Polo de Santarém. Para iniciar a série reescrevemos abaixo texto publicado na edição 19 do informativo, sobre a pesquisa feita pela bióloga Dilma Figueiredo, na Comunidade de Saracura, na várzea santarena.

Estudo avalia mistura 
interétnica em Saracura

N
o dia 18 de junho de 2009, a bióloga e geneticista Dilma de Figueiredo Almeida, do corpo docente do Sistema de Organização Modular de Ensino - SOME, Polo de Santarém, expôs e apresentou em forma de “banner” sua pesquisa intitulada "Uso de Marcadores do Tipo Indel de Ancestralidade Indígena, Europeu e Africano, na Comunidade Quilombola de Saracura" , no III ENGENOR- Encontro de Genética do Norte, que foi realizado no Barruda do Tropical Hotel, em Santarém.
O estudo teve como objetivo geral investigar uma amostra de 98 indivíduos de uma comunidade quilombola da Amazônia - Saracura, em Santarém, em relação a 48 marcadores de ancestralidade, de forma a quantificar o processo de mistura interétnica que deu origem a cada um dos indivíduos analisados.
No estudo, a pesquisadora avaliou a contribuição genética dos indivíduos através de 48 marcadores autossômicos informativos específicos bialélicos do tipo inserção/deleção (InDel).
As análises estatísticas foram feitas em três programas, Arlequim 3.1, Structure V e Admix 2.1.
Os valores de índice de diferenciação (Fst) empregaram o programa Arlequim 3.1 e mostraram que a população da comunidade analisada após a correção de Bonferroni, não apresenta diferenças estatisticamente significantes em relação à contribuição de gene ancestrais.
No programa Structure V os resultados revelaram que esta população formou grupamentos relativamente heterogêneos em relação aos três grupos (ameríndios, africanos e europeus).
A análise de mistura interétnica utilizou o programa Admix 2.1, o resultado revelou presenças maiores de linhagens ameríndias (36%), seguidas das africanas (33%), e européias (31%).
Do ponto de vista biológico, o estudo possibilitou o resgate de informações das populações que participaram do processo de formação das populações Afro-brasileiras.
Neste contexto, a bióloga evidencia que há uma forte contribuição indígena, em se tratando de uma população de origem africana.
Os resultados biológicos, por meio do DNA autossômico permitiram o resgate de parte das interações biológicas e sociais, ocorridas no passado, entre os três grupos, durante o processo de formação e expansão das comunidades afro-brasileiras da Amazônia.
Os resultados sugerem que durante a formação da comunidade de Saracura, na várzea, houve uma interação social e biológica entre as três etnias, pois a comunidade apresenta-se como um grupo miscigenado.

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