Ora camaradas todos sabem das dificuldades de deslocamento de uma mesorregião para outra aqui em nosso estado, não só pela questão geográfica, mas também financeira, que impossibilita que os profissionais da educação dessas regiões citadas acima estejam todos os meses ou em todas as discussões na capital do estado, quem tem esse discurso de que a luta só se concentra na capital e região metropolitana, municípios próximos, mostra todo o seu elitismo e sua visão míope de que a luta é uma construção só de um espaço ou de um grupo, não é a luta é de todos.
Quero reafirmar que nós aqui do Oeste sempre estivemos na luta e que nunca estivemos fora desse debate, já que uma das tônicas dessa construção da Lei do Some foi o debate por regiões e o envio dos resultados para os camaradas que nos representam na Capital através do SINTEPP, que conduziu muito bem o processo de construção da Lei, como eu disse ouvindo todas as mesorregiões do estado, fazer o discurso ultrarrevolucionário, de ser a vanguarda do movimento me parece golpe ou oportunismo.
O que mais chama atenção é que, quem se manifestou contra os camaradas do hinterland paraense, nunca esteve efetivamente na luta, pois se escondia atrás do seu estágio probatório para não fazer ou não participar da greve, só para essa pessoa ter uma ideia muitos dos camaradas do Oeste na ultima greve ou estavam de probatório ou eram temporários, que não tiveram medo de dar a cara à tapa, pois a luta não é só na capital, ela é um todo, um conjunto, de uma única categoria, pois não existe a categoria do Oeste, a categoria do Xingú, a categoria do Sul ou a categoria da capital, existe uma categoria de profissionais da educação da qual nós do SOME fazemos parte, e por fazermos parte dessa categoria, nós, dos rincões mais distantes desse estado, queremos respeito com relação a nossa participação no movimento e respeito com nossas origens interioranas e respeito também por representarmos mais de 50% dos professores do SOME, somos lutadores e trabalhadores como todos nesse estado elitista que nos esquece assim como as elites da capital, que parece tomou conta de alguns setores ou “camaradas” do movimento .
Causam-me estranhezas também, camaradas que estiveram ausentes da última greve, com o mal fadado slogan “SIM AO SOME E NÃO A GREVE”, também quererem pousar de bastiões da revolução e do processo revolucionário, é por isso que quando se fala em divisão do estado as elites da capital, que infelizmente agora mostraram a cara no SOME, tremem de medo, por arrogância de olhar o interior de costas, pensando que podem só nos mandar as sobras e os discursos autoritários de uma gente que se julga melhor do que nós do Hinterland, ou querem fazer do movimento suas sinecuras onde eles se locupletem e façam suas negociatas de acordo com os interesses pessoais e elitistas, hoje mais uma vez vi que o processo de mudança através da revolução ficou um pouco mais distante, não porque o estado ou o grande capital fará de tudo para barra-lo mas porque a divisão da classe trabalhadora, com discursos como esses de ontem, facilita o trabalho de desmobilização das massas, e da construção de uma sociedade mais justa, além de uma educação pública e de qualidade, discursos de ódio e raiva não ajudam a acumular experiências, temos um estado gigante e heterogêneo, mas isso não impede de estarmos unidos na construção de algo maior e melhor pra nossas comunidades e profissionais que fazem parte do SOME, e quanto aos elitista e golpistas de plantão parafraseando Cazuza "... RASPAS E RESTOS ASSIM COMO MENTIRAS SINCERAS NÃO NOS INTERESSAM..."
Alex Ruffeil - Coord. Estadual do Sintepp, Oeste do Pará.
aleruffeil@hotmail.com.br
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