segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

OPINIÃO


Casa de ferreiro espeto de pau
Por: Alex Ruffeil

N
Alex Ruffeil
o último dia 10/01/2013 ocorreu uma reunião no Polo do SOME em Santarém com os diretores das escolas municipais das comunidades onde funciona o sistema modular de ensino, neste município, a reunião tinha como finalidade avaliar o ano letivo de 2012 e projetar o ano letivo de 2013, mas na verdade o que acabou acontecendo foi uma avaliação “institucional”, se é que podemos colocar nesses termos, sobre o trabalho e atuação dos professores nas comunidades.
Neste “tribunal”, diversas denúncias foram dirigidas aos professores, como o não cumprimento da carga horária, a ausência na comunidade, aprovação em massa dos alunos, o não cumprimento do conteúdo programático, entre outras denúncias feitas por grande parte dos diretores que estiveram nessa reunião, os gestores municipais vestiram a toga, tomaram nas mãos a espada e balança da justiça, prenderam, julgaram e condenaram a classe discente do Sistema Modular de Santarém, sem direito a defesa, como bastiões da justiça e da verdade.
Aqui não vamos fazer defesa de ninguém, mas vamos esclarecer os fatos, “A vida como ela é”, como diria Nelson Rodrigues, e não vamos mascarar realidades, sabemos que o SOME ainda apresenta problema no que tange a atuação de alguns professores, como a ausência na comunidade, o famoso professor TQQ, que muitos não cumprem o seu conteúdo programático e que aprovam em massa seus alunos, para poderem desfrutar de mais dias e do bem estar da Urbe santarena. FATO! Mas temos que avaliar caso por caso, com cuidado, com critério, não podemos por todos num só balaio, muitas dessas denúncias tem procedência, mas elas recaem sobre uma minoria, que insiste em denegrir a imagem do SOME, a maioria é comprometida, séria e atuante na busca de uma educação pública e de qualidade.
O que não é aceitável é uma maioria responsável pagar pela irresponsabilidade e anti-profissionalismo de uma meia dúzia de aventureiros que fazem parte do projeto, por conveniência$$$$ outras e não na busca de um ensino formador e libertador.
Quanto aos diretores do município, vamos de vagar que com andor que o santo é de barro, na sua maioria, apenas uma minoria que se salva contados nos dedos das mãos e nas mãos do Lula que tem um dedo a menos, são ausentes das comunidades, existem comunidades em que quase não vemos os diretores, quando se vê parece que o professor do SOME nem existe, comunidades e escolas sem a mínima infraestrutura necessária para o pleno exercício da educação e moradia, qual professor que ficar? Comunidades em que nem giz é fornecido ou existe quadro para o exercício do trabalho dos professores, diretores que nos olham como inimigos ou criminosos, muitos às vezes até praticando assédio moral sobre os camaradas professores do SOME, como fazem com seus subordinados do ensino fundamental, entre muitas outras denúncias que nos chegam desses “projetos de alcaides” nas comunidades, mas o professor do modular é muito bem tratado na hora de uma promoção desenvolvida pela escola municipal na hora de vender e comprar bingos, levar nossos alunos para servir de mão de obra e mercado de consumo das festividades como festa junina, jogos, bingos e etc., participamos e ajudamos com todo prazer, porque para nós é importante essa integração com o ensino fundamental, nossos alunos de amanhã, e a comunidade como um todo, nesses momentos o professor do modular tem valor para os bastiões da justiça, como diria Renato Russo na canção “Soldados”, “QUEM É O INIMIGO QUEM É VOCÊ?”, Então aos diretores devagar com suas espadas nos pescoços dos professores e suas balanças que só pendem para um lado na sua justiça caolha.
Sabemos também que os problemas na comunidade de infraestrutura nas escolas e casas dos professores não são culpa exclusiva dos diretores e da comunidade, mas eles tem sua parcela, o ônus maior com certeza é dos Alcaides de plantão no poder municipal e principalmente do governo do Estado, que vem como sempre, enrolando a categoria na aprovação da lei do SOME, que trará melhorias reais para os profissionais do modular nas comunidades.
Quero deixar bem claro que achamos salutar a avaliação do trabalho, desde que ela seja feita com critérios, com justiça, com verdade e imparcialidade, mas também queremos sugerir ao nosso coordenador e aos demais camaradas professores do modular que nos organizemos em uma audiência com a nova secretária de educação do município para levarmos nossas queixas sobre a péssima estrutura oferecida nas comunidades, bem como fazer nossas queixas sobre os feitores da educação e suas práticas enquanto gestores. Sem injustiças, sem mentiras, só mostrando a realidade, vamos vê se pimentas nos olhos dos outros é bom mesmo, aí o jogo ficará equilibrado. Como diria Sartre o pai do existencialismo “O INFERNO SÃO OS OUTROS”.
*Alex Ruffeil e geógrafo do corpo docente do SOME, Polo de Santarém 

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