quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

OPINIÃO


Avanços e retrocessos da Educação diante
das políticas adotadas pelos gestores

Por: Maria Luiza Rocha
A
o longo desse pequeno tempo de vida e aprendizado nos surpreenderemos sempre com o ser humano, pois a capacidade de criação e evolução. No que tange ao sistema educional brasileiro observamos que este nunca fora pensado e estruturado para garantir uma educação pública, laica de qualidade já que tanto na monarquia quanto na república não se pensou na população deixada a margem da sociedade pelas políticas governamentais adotados neste país.
No “Brasil as coisas quanto mais mudam mais permanecem as mesmas.” Tal pensamento nos remete a situação em que se encontra a educação pública, pois, há uma falta de atenção muito grande por parte do estado, com relação a parte física as escolas estão precárias, com poucas salas de aula, péssimas instalações, iluminação e as reformas ocorrem lentamente. Já quanto ao aspecto funcional temos um quadro reduzido de auxiliares educacionais; falta de professores, cuidadores, técnicos, merenda de qualidade, salas lotadas e alunos fora da escola.
Devido não haver uma política eficaz aos problemas postos, mas a bandeira da educação faz parte de todo programa político eleitoral, promessas não nos faltam em todos os cantos desta imensa e próspera nação.
Particularmente em nosso “rincão amapaense” infelizmente não é diferente, enquanto a Educação estiver atrelada a cor partidária pouco ou nada avançará. e ainda, pensá-la como custo oneroso e não como investimento eficaz para o desenvolvimento social, econômico, enfim em todos os aspectos da sociedade é contribuir para manter a miséria e a opressão.
Partindo desse princípio é que a alternativa apresentada pela equipe da Semed: a implantação do horário intermediário, o dito “horário da fome” em seis escolas municipais para a educação infantil e ensino fundamental que são: Vera Lúcia Pinon; Raimunda Virgulino; Eunice Picanço; Esforço Popular; Ana Maria da Silva Ramos e Wilson Malcher, visando a dita “inclusão social” de 1.567 crianças tem nos causados grandes inquietações, angústia, pois enquanto integrantes do movimento social, sindical da educação temos clareza da grandeza da causa e como defensores da escola pública de qualidade o quanto essa oferta se contrapõe ao princípio previsto na constituição federal no “artigo 206: igualdade de condições para acesso e permanência nas escolas.”
É válido ressaltar que embora o apelo social da inclusão esteja sendo utilizado como justificativa para tal proposta e que nós enquanto sindicato não somos contra milhares de crianças virem para a escola. Mas diante dessa medida adotada estaremos a cobrar a garantia tanto da assinatura do TAC proposto pelo Ministério Público quanto o que preconiza a Constituição.
Lutamos para garantir que os recursos próprios da educação sejam de fato utilizados para este fim e não para retroceder. Os trabalhadores e seus filhos não podem ser penalizados pelas mazelas deste sistema e gestores sem compromisso. Quem pagará as contas novamente da educação pública? Os professores? Os alunos? Os trabalhadores da educação e demais dessa sociedade? Não podemos nos calar diante da precarização da educação pública, sua melhoria não é custo é investimento.  
E para quem não investe em educação continuaremos a dizer: “político que não investe em educação não merece reeleição.”
·         Maria Luíza Rocha é professora do SOME Amapá

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