sábado, 15 de outubro de 2011

OPINIÃO

A meio caminho da gestão democrática
Por: Eládio Delfino Carneiro Neto

Eládio Carneiro
N
ão podemos negar que houve um grande avanço na política de gestão democrática do Estado, com a realização das eleições diretas para diretores e vice-diretores das escolas públicas da rede estadual em 2009, mas nós ainda não nos sentimos contemplados com uma gestão democrática de fato, como prega a SEDUC, principalmente por conta de um motivo: ainda persiste nas instituições públicas o ato da indicação política, para a ocupação de cargos executivos.
Em Santarém, a recente indicação de Maria José Maia, para comandar a 5a Unidade Regional de Educação (5a URE), pelo irmão deputado federal Lira Maia (DEM) e de Luis José Rabelo de Lima (PSDB) para o comando do Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), pelo tucano Alexandre Von, são vestígios da velha políticalha dos conchavos e apadrinhamentos políticos.
Nada temos contra o nome dos magnânimos trabalhadores indicados, pois os mesmos são destacados servidores públicos, mas sim contra o processo “da indicação política”, que a muito tempo já deveria estar extinto do seio da Educação.
Nós, profissionais que atuamos na área, temos nossa parcela de culpa, por este processo ainda persistir.
O pior disso tudo é que alguns educadores ainda temem manifestar sua opinião, seu descontentamento, seu desagravo, seu desabafo principalmente aqueles que estão em estágio probatório.
Alertamos, entretanto, aos caros professores, que não devemos esquecer as referências legais sugeridas pela própria SEDUC, em “Política de Educação Básica do Estado do Pará”.
Neste livreto a instituição prega que “a prática da gestão democrática, antes de ser uma conquista da sociedade e dos profissionais da educação, constitui-se em dever destes...”
Portanto, é nosso dever arregaçar as mangas, ir a luta, manifestar nosso descontentamento, nossas apreensões, nossos pontos de vista, nossas sugestões, pois de acordo com as orientações da própria SEDUC a gestão democrática não acontece por decreto, pois é processo, é construção coletiva permanente.
Não devemos esquecer também de outra importantíssima orientação da SEDUC, com diretrizes para que o processo democrático ocorra:
“faz-se necessário que, cotidianamente, práticas autoritárias de centralização de poder e discriminatórias, desde as mais sutis às mais evidentes, sejam superadas nos espaços coletivos por meio do diálogo, da escuta, do debate, da formação. Deste modo, a gestão democrática será um permanente exercício de cidadania e a escola se constituirá em espaço de construção de relações democratizantes.”
A luta continua! Eleições já! Junte-se a nós em busca dessa tão almejada gestão democrática.

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