Reflexos da mobilização
social
pela qualidade na Educação no
SOME, Polo de Santarém
pela qualidade na Educação no
SOME, Polo de Santarém
A mobilização social no corpo docente do SOME: Comparativo da
participação dos educadores nos movi-mentos de mobilização social pela
qualidade na Educação deflagrados em Santarém de 2008 a 2012
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ossa intenção com a
escrituração deste opúsculo é reconstituir um indicativo comparativo da
participação dos educadores do corpo docente do Sistema de Organização Modular
de Ensino (SOME), em movimentos de mobilização social ocorridos em Santarém.
Para delimitar o levantamento, tomamos como marco inicial o movimento
grevista deflagrado pelos trabalhadores em Educação da rede estadual de ensino de
Santarém em 2008 e o I Encontro do SOME, Pará/Amapá, realizado no período de
15 a 17 de novembro de 2012, no município.
Naquele ano a
minguada contraproposta do governo do Estado para o reajuste salarial dos
trabalhadores em educação pública, levou a categoria a decidir pela greve. O
movimento de mobilização social foi iniciado em Belém, no dia 24 de abril,
quando o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (SINTEPP)
propôs ao governo do Estado um reajuste salarial de 30% e auxílio alimentação
de R$ 400,00. Em Santarém, a decisão pela greve foi tomada em assembleia dos
trabalhadores, realizada pelo sindicato na escola “São Francisco”.
A proposta dos trabalhadores foi rejeitada pelo
Estado, que no momento lançou uma contraproposta de 10,07 % para o nível médio;
9,25 % para os operacionais e 6% para o nível superior. Além disso, o Estado
ficou de estudar uma proposta de auxílio alimentação escalonada, que chegaria a
R$ 100,00 para quem ganhasse R$ 1.000,00. Os trabalhadores resolveram então
entrar em greve por tempo indeterminado.
Neste ano o corpo docente contava no mês de maio com um total de 123
professores, lotados para atuarem nas comunidades atendidas pelo SOME no Polo de
Santarém. No dia 10 de maio de 2008, 31 docentes se mobilizaram e agendaram uma
reunião na escola “Pedro Álvares Cabral”, que serviu para tirar o primeiro
indicativo de greve. Todos os professores presentes decidiram pela adesão ao
movimento grevista.
Naquela ocasião, a reunião
iniciou com o matemático Arildo Nogueira Carvalho repassando os últimos
informes sobre o movimento grevista no Estado. Em seguida foi a vez da geógrafa Rainilza Maria Xavier Rodrigues
falar sobre a situação do SOME, com a pauta de reivindicações que ainda não fora
encaminhada pelo diretor de ensino da SEDUC.
Rainilza falou também
sobre a ideia do Estado em unificar para R$ 800,00 a gratificação pelo trabalho
especial do Ensino Modular. Esta notícia causou uma grande comoção entre os
educadores, que decidiram tirar o primeiro indicativo de greve e mobilizar a
adesão dos outros professores do polo.
Para isso foi
marcado um novo encontro, na segunda-feira, 12 de maio, às 17 horas na escola “Onésimo
Pereira de Barros”, para se tirar oficialmente o indicativo de greve. Na
ocasião, 66 professores e professoras presentes, se manifestaram pela
exercitação do direito de greve, ou seja, 53% deles participaram da mobilização.
Neste ano, o corpo docente contabilizava um total de 96 profissionais, destes apenas um oficializou sua participação no movimento grevista, que teve como resultado uma ação movida pelo Ministério Público Estadual, que intimou o Estado a realizar reformas em diversas escolas da cidade.
A mobilização social no corpo docente do SOME: Comparativo da participação dos educadores nos movimentos de mobilização social pela qualidade na Educação deflagrados em Santarém de 2008 a 2012
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m 2009 foram registrados dois grandes movimentos de mobilização social pela qualidade na Educação, com a participação dos educadores(as) do corpo docente do Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), Polo de Santarém: a greve deflagrada pelos trabalhadores da rede estadual de ensino e uma sessão de tribuna livre, solicitada pelos educadores do SOME.
A greve dos trabalhadores em Educação foi efetivada a partir do dia 25 de maio e se estendeu até o dia 16 de junho, data em que foi realizada uma assembleia na 5a Unidade Regional de Educação (5a URE), em que se decidiu pela paralisação do movimento grevista, que durou exatos 21.
O segundo movimento de mobilização social pela qualidade na Educação aconteceu em setembro e foi realizado na Câmara Municipal de Santarém, por solicitação dos educadores do SOME, que acionaram o vereador Nélio Aguiar (PMN), para intermediar uma sessão de tribuna livre, para discutir a estrutura e funcionamento do Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), na região Oeste do Pará.
Como convidados especiais para sentar a mesa de trabalho estiveram presentes: Márcio Pinto (SINTEPP), Maria das Graças Pedroso Ninos (5a URE), Rainilza Rodrigues (APSOMEAM), Oneide Rodrigues (representantes do SOME de Itaituba) e Arildo Nogueira (representantes do SOME de Santarém).
Após a composição da mesa foi dado início ao debate, com o depoimento de Arildo Nogueira, que traçou um panorama da situação do Ensino Médio Modular (EMM) na região, destacando os principais problemas, como a falta de transporte, merenda escolar e salas de aulas para abrigar os estudantes.
Depois foi a vez da representante do SOME de Itaituba, Maria Oneide Rodrigues, traçar as dificuldades que os educadores enfrentam para desenvolver suas atividades, naquele município. Entre eles, ela destacou os diferentes valores da gratificação especial pelo trabalho do Ensino Modular que são pagos naquele município. Ela falou também sobre a falta de apoio do executivo itaitubense, que não paga a bolsa auxílio aos educadores.
A representação de Itaituba, nas discussões reforçou a problemática vivenciada pela comunidade escolar do EMM na região e enriqueceu o debate, em busca de uma educação com qualidade, como sugere a Secretaria Executiva de Educação em Política de Educação Básica do Estado do Pará.
Em seguida, a presidente da APSOMEAM, Rainilza Maria Xavier Rodrigues usou da palavra para mostrar as péssimas condições que são ofertadas para os educadores nas comunidades.
Além disso, ela destacou o descaso dos governos Estadual e Municipal, que ainda não assinaram o convênio, com as normatizações para o funcionamento dos programas do Governo Federal, financiados pelo FUNDEB.
Por último, Márcio Pinto, do SINTEPP, fez um discurso sobre a importância do Ensino Modular para as comunidades interioranas, cujos moradores não dispõem de condições financeiras para estudar na cidade. A participação dos educadores neste ato de mobilização foi significativa e superou as expectativas.
movimento de
mobilização
A mobilização social no corpo docente do SOME: Comparativo da participação dos educadores nos movimentos de mobilização social pela qualidade na Educação deflagrados em Santarém de 2008 a 2012
A mobilização social no corpo docente do SOME: Comparativo da participação dos educadores nos movimentos de mobilização social pela qualidade na Educação deflagrados em Santarém de 2008 a 2012
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m 2010, no dia 29 de março, uma caminhada agendada
pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) foi o
primeiro grande ato pedagógico de mobilização social pela Educação realizado
pela comunidade escolar da rede estadual de ensino em Santarém.
O Dia de Paralisação estadual foi
agendado para chamar atenção da opinião pública, em relação a dois principais
problemas ainda não definidos pela Secretaria Executiva de Educação (SEDUC):
PCCR e reforma das escolas.
Os estudantes das escolas da rede
estadual de ensino foram maioria na caminhada, programada. Alunos do “Álvaro
Adolfo da Silveira”, “Frei Othimar”, Plácido de Castro”, “Pedro Álvares
Cabral”, “Aluízio Martins” e “Almirantes Soares Dutra” engrossaram a massa
humana da caminhada. Com alegria, ordem, vozes e apitos de protesto, eles se
manifestaram oralmente, expressando para a população seus descontentamentos com
o governo estadual.
Apoio - Não teve como não perceber: os
grandes vilões da paralisação promovida pelo SINTEPP foram os educadores. Em
número reduzido eles acompanharam a passeata. A visível falta de apoio dos
educadores de Santarém, para a paralisação que foi realizada em todo o estado,
provocou protestos de todos os lados.
SOME - A coordenadora do SINTEPP, Isabel
Marinho, em telefonema feito para a coordenadora do Sistema de Organização
Modular de Ensino (SOME), Polo de Santarém, Rainilza Maria Xavier Rodrigues,
lamentou a falta de participação e apoio dos educadores do Ensino Médio Modular
(EMM), ao movimento.
Somente os professores Pedro Moreira
de Sousa (Educação Física), João Picanço Oliveira Neto (Letras), Gilmar Pereira
dos Santos (História), Eládio Delfino Carneiro Neto (Letras) e Luís José Rabelo
de Lima (Química) estiveram presentes na primeira mobilização social do ano,
promovida pelos trabalhadores em Educação, em parceria com o SINTEPP.
Greve
- O segundo movimento de mobilização
social promovido pelos trabalhadores da Educação em 2010 foi a greve, que iniciou
em Belém, no dia 7 de maio. Em Santarém, o movimento grevista iniciou dez dias
depois, 17 de maio, pois em assembleia dos trabalhadores ficou decidido que o 1o
bimestre do ano letivo deveria ser encerrado.
Dois fatos principais levaram os
trabalhadores de Santarém a tomar a decisão. O primeiro deles foi a proposta de
Plano de Cargos Carreiras e Remuneração (PCCR), enviada pela governadora Ana Júlia
Carepa à Assembleia Legislativa, que foi considerada inaceitável, pois não
contemplava todos os trabalhadores. Outro fato foi a reforma das escolas, que
não foi colocado em prática.
Uma triste constatação sobre a
adesão dos membros do corpo docente do SOME, Polo de Santarém ao movimento
social: somente dois educadores oficializaram sua participação ao movimento.
A decisão foi anunciada no dia 3 de
outubro, durante reunião do corpo docente do SOME, no “Álvaro Adolfo da
Silveira”, agendada pelo coordenador Luis José Rabelo de Lima.
Parte VI
Trabalhadores se
mobilizam em
torno do Piso Salarial
Nacional
A mobilização social no corpo docente
do SOME: Comparativo da participação dos educadores nos movimentos de
mobilização social pela qualidade na Educação deflagrados em Santarém de 2008 a
2012
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m 2011, os trabalhadores em Educação
voltaram a se mobilizar socialmente, desta vez para protestar contra os R$ 1.121,34 anunciados como piso
salarial base para a rede estadual de ensino. O anúncio foi feito pelo
governador Simão Jatene, na manhã da quinta-feira, 15 de setembro, durante um
encontro que reuniu cerca de mil professores, diretores, alunos e gestores da
educação no Boulevard das Feiras, na Estação das Docas, em Belém.
Naquela ocasião foi informado, que no pagamento da folha de setembro,
constaria no contracheque dos
servidores, como forma de antecipação do cumprimento do piso nacional, mais
30%. Dessa forma, o piso inicial de um professor, que trabalha durante 40 horas
semanais no Pará, seria de R$ 1.121,34, ou seja, R$ 65,66 a menos do que o
valor do piso nacional, que é de R$ 1.187,00. A reação dos trabalhadores contra
a proposta do governador foi imediata: exercitaram o direito de greve.
Em Santarém, a decisão de grevar foi
tomada em assembleia realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação
Pública do Pará (Sintepp), na sede do Sinprosan, dia 22\9. Na ocasião ficou decidido que o movimento iniciaria
somente na segunda-feira, 26/9.
No Sistema de Organização Modular de
Ensino (SOME), Polo de Santarém, a adesão dos educadores ao movimento foi
mínima. Dentre os 124 educadores que compunham o corpo docente, somente onze exerceram o
direito de greve, juntamente com os trabalhadores da Educação. Setenta e sete
decidiram não encorpar o movimento grevista, voltando para as comunidades. Outros trinta e seis também decidiram
retornar às comunidades e encerrar o 3o módulo do ano letivo, previsto para ocorrer no
dia 11 de outubro, para em seguida aderir a greve.
A reunião em que foi anunciado o posicionamento dos educadores em relação a greve |
Dentre os grevistas destacamos: Auristeles
de Sousa Silva, Alex Ruffeil, Eládio Delfino Carneiro Neto, Gilmar dos Santos
Pereira, Rainilza Maria Xavier Rodrigues, Jasson Iran Monteiro da Cruz, Maria
Guiomar Bezerra de Sousa, João Batista e Miracy França Monteiro Júnior.
Parte Final
Paralisação Nacional e
I Encontro do SOME
Pará/Amapá
A mobilização social no corpo docente do SOME: Comparativo da
participação dos educadores nos movimentos de mobilização social pela qualidade
na Educação deflagrados em Santarém de 2008 a 2012
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2012 foram registradas duas importantes atividades de mobilização social, nas
quais foi anotada a participação dos educadores do corpo docente do Sistema de
Organização Modular de Ensino (SOME), Polo de Santarém. A primeira delas
aconteceu na manhã do dia 14 de março de 2012. Foi uma grande manifestação com
passeata pelas ruas da cidade feita por trabalhadores e estudantes da rede
estadual de ensino para marcar a adesão à paralisação nacional convocada pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) em Santarém.
O evento foi organizado pela Sub Sede do Sindicato
dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) e conduzido pelos
coordenadores da entidade Noel Sanches, Isabel Marinho e Isabel Sales. O
principal motivo da mobilização social foi mostrar para a sociedade as pautas
pelas quais os trabalhadores em educação estão se mobilizando: 10% do PIB para
a Educação; efetivação do Piso Salarial Nacional, gestão democrática nas
escolas e realização de concurso público.
Na segunda, 12 de março, durante a abertura da Semana
Pedagógica SOME 2102, foi realizada uma votação entre os professores do Polo de
Santarém presentes, conduzida pelo coordenador Luis Rabelo, para tirar
indicativo com relação à paralisação convocada pela CNTE, que em Santarém, por
decisão dos trabalhadores ocorreu somente na quarta-feira, 14/3.
Por maioria, os educadores resolveram também
paralisar suas atividades programadas para a semana pedagógica e participar do ato público
promovido pelo Sintepp.
Os educadores do SOME se levantaram para indicar a participação na paralisação nacional |
A segunda atividade de mobilização social pela
qualidade na Educação anotada em 2012 foi a realização do I Encontro do SOME
Pará/Amapá, promovido pelo Sindicato
dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) em parceria com o
Sindicato dos Servidores Púbicos em Educação no Amapá (Sinsepeap). Na ocasião
os trabalhadores discutiram questões em torno da temática central do encontro “Integração
e Qualidade de Ensino para os Povos do Campo, das Águas e das Florestas".
Dos 137 educadores do corpo docente do SOME, Polo de Santarém, apenas 30
estiveram presentes, de acordo com a lista de frequência do dia 15/11,
fornecida pela coordenação do evento.
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