Reflexões, rodada de debates e
encaminhamentos
O
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terceiro dia (25/04) de paralisação nacional em
Santarém foi marcado por evento no auditório da UEPA. Houve reflexões,
especialmente com uma palestra proferida pelo professor Márcio Pinto (foto).
Nesta palestra, o professor abordou a importância de saber que nem sempre
"as verdades" colocadas no dia a dia são "verdades" reais;
e isto se aplica no universo educacional brasileiro e paraense. Após a
palestra, houve a formação de grupos por categorias: professor e funcionários de
apoio; não houve formação de um grupo de pedagogos, pois não havia nenhum
presente no evento.
Vale destacar alguns pontos da palestra do professor Márcio Pinto:
De acordo com o professor, vivemos numa sociedade que está em crise,
principalmente no campo da ética. É uma sociedade pautada no "ter" em
detrimento do "ser". E tal realidade reflete no dia a dia da escola
pública.
A escola pública possui desafios. A qualidade não pode ficar só no
discurso, especialmente dos governantes, ela precisa virar realidade. É preciso
que todos os agentes educacionais se envolvam pela educação; os professores não
podem carregar o fardo sozinhos.
Muitas vezes, as pessoas pensam que a educação não afeta suas vidas, mas
isto é um engano, enfatizou o palestrante. Quando um profissional é mal
preparado, é antiético, descompromissado, é reflexo de sua educação. Outra
realidade dramática é que há um déficit de professores no Brasil, ou seja, os
jovens não querem ser professores, há uma rejeição pela docência. Por que será?
Além do mais, existe o analfabetismo funcional, onde muitos jovens chegam à
universidade sem saber ler e escrever de acordo com aquele nível.
A evasão escolar é um problema brasileiro, especialmente no Pará, onde o
índice chaga a 33%. Márcio Pinto chamou a atenção para o fato de que o governo
e seus agentes tentam passar que o culpado pelo problema da evasão é o
professor; e pensar assim seria um absurdo.
Em relação à luta por uma educação melhor, a principal dificuldade está
na pouca participação das pessoas, ou seja, o comprometimento é ínfimo. Existe
a pouca participação dos professores, praticamente a ausência dos pedagogos, os
estudantes não possuem organização e os conselhos escolares mal funcionam.
Somado a isso, existe o fantasma da criminalização de atos e movimentos de
protestos por reivindicações e melhorias.
Porém, o professor concluiu com Bertolt Brecht que "nada é
impossível de mudar."
Após, dois grupos se formaram (fotos: 1- funcionários de apoio e 2-
professores): de professores e de funcionários de apoio. A intenção era fazer
um levantamento dos principais problemas enfrentados atualmente no âmbito
escolar e encaminhar ações que visem solucioná-los.
Dentre os principais pontos, destacam-se:
- Luta por jornada de trabalho (20, 30 ou 40 horas), isso resolveria
grande parte dos problemas, especialmente em relação ao drama da lotação, onde
os profissionais ficam correndo atrás de carga horária para não diminuir seus
salários;
- Se municiar e estar preparado para o processo de enturmação que a
SEDUC realizará em junho: jamais admitir perda de salário devido ao fechamento
de turmas ocasionadas pela evasão. Dentre as medidas, cabe mandato de segurança
via justiça.
- Cobrar do SINTEPP-Estadual mais eficácia no setor jurídico.
- Contribuir na formação de grêmio estudantis e no Fórum dos Conselhos
Escolares.
Eis um resumo deste terceiro e último dia da greve nacional em Santarém
organizada pelo Sintepp-Santarém. (Fonte: Sintepp Santarém)
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