Historiador lança livro
sobre irmandade cametaense
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historiador e professor do Sistema de
Organização Modular de Ensino (SOME), Arodinei Gaia de Sousa confirmou hoje, 17/4, no "facebook" o
lançamento de sua obra "Imandade Leiga na Amazônia”, que tem como foco central discutir a
existência e o funcionamento das irmandades em povoados amazônicos, tendo como
base de pesquisa a localidade de Belos Prazeres no município de Cametá/Pa. O
lançamento está previsto para a Feira Panamazônica do Livro, a ser realizada no Hangar, em Belém.
A obra faz uma busca do surgimento das Irmandades no período medieval e
a sua chegada ao Brasil no período colonial o que deu uma característica própria
à formação religiosa católica na colônia – o catolicismo popular. O texto
mostra, também, dois momentos em que as Irmandades estiveram em embate com a
Igreja Católica: no século XIX no evento do ultramontanismo, quando o
catolicismo popular sofreria mudanças, entre elas, a submissão das irmandades
ao poder da Igreja católica (as irmandades tiveram seu poder enfraquecidos por
esse movimento chamada ultramontanhismo ou romanização).
Outro momento foi em meados do século XX (final da década de 60) quando
as irmandades serão substituídas pelas Comunidades Eclesiais de Bases (CEBs). A
pesquisa tem como foco esta Localidade (Belos Prazeres) por que é uma das
poucas que ainda mantém uma irmandade em funcionamento. Assim, o texto mostra
como eram as festividades de Santo padroeiros no interior amazônico, fazendo
uma relação com o período colonial brasileiro, os costumes, as vestimentas, os
valores morais, a prática de distribuição de comidas, as músicas, a festa, o
barracão são alguns dos aspectos abordados na obra.
Arodinei Gaia de Sousa, nas 128 páginas
de seu livro diz em um trecho que "...em
Belos Prazeres, para entrar no barracão da Irmandade, a pessoa deveria ser
convidada pelos membros da confraria. Isto nos aparenta uma forma de controle e
de restrição ao espaço da dança. Assim, o salão de festa era para os associados
e estendidos a outros que fossem convidados. Havia uma divisão no barracão, um
lado se reservava para quem era membro da Irmandade e para alguns que fossem
convidados a participar, desde que estivessem com o traje completo, paletó e
gravata, o outro lado era livre para as demais pessoas...”
Em outra passagem eles conta que "o namoro se resumia aos homens se
sentarem ao lado da moça cortejada, com a presença dos pais para conversar, o
que acontecia entre uma dança e outra, geralmente por volta da metade da festa.
A conversa era possível até pelo fato de que o barulho da música era muito
menor do que hoje. Os homens, que em regra usavam lenços compravam doces para
presentear as pretendentes.”
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