domingo, 4 de março de 2012

OPINIÃO

  • O que é isso, Companheiro?
     
    Allan Silva & *Alex Ruffeil 
    Estamos naquele momento que os nossos atos irão ressoar de forma positiva ou negativa para as gerações futuras, seja dos educadores ou dos alunos. Visto que questões históricas há muito almejadas para o benefício da educação brasileira se concretizaram em forma de lei e agora estão sofrendo a resistência das elites políticas que desejam manter o povo na eterna ignorância. Estamos no centro do tornado vendo um turbilhão de idéias contrárias ao desenvolvimento da educação.
    Mas o que espanta são os ventos contrários vindos dos “companheiros” do PT que agora propõe uma reformulação de uma lei sancionada por eles. Para ser mais específico, tramita no congresso uma proposta de modificar o sistema de reajuste do Piso do valor aluno para o da inflação, pois o reajuste atual tende a valorizar minimamente os profissionais da educação com aumento sempre acima da inflação.
    Devemos ficar atentos, pois a “visita” dos Prefeitos a Brasília para lamentar a “falta” de verbas para a educação pode não passar de uma articulação entre os setores do governo que desejam a modificação da Lei do Piso com o argumento fundamentado nas lamúrias dos Prefeitos e Governadores. Afinal, para que aumentar as despesas com professores e a educação pública, se o que importa realmente é ter verba para pagar a escola particular para os filhos dos políticos, sustentar suas negociatas, suas mansões, fazendas dentre tantas outras barbaridades feitas com o dinheiro público. Há um medo generalizado dos Governos Estaduais e Prefeituras de divulgar suas contas e a verba destinada para a educação e outros setores importantes, uma vez que a sociedade irá constatar que verba tem para melhorar a educação, saúde, saneamento etc. mas infelizmente escorre na maioria para os cofres da corrupção em todo Brasil.
    Estamos com a faca e o queijo nas mãos, contudo se vacilarmos os ratos do executivo e legislativo irão deliciar-se com a nossa falta de coragem para defender o que é nosso de direito: melhoria nas condições de vida e trabalho e uma educação de qualidade para a sociedade brasileira. Sabemos que esse avanço mínimo vai interferir na vida de muitos políticos profissionais que sobrevivem assumindo cargo no legislativo e executivo comprando voto e fazendo outras falcatruas. Assim, para esses sujeitos o avanço para uma educação de qualidade interfere nos seus interesses.
    Inclusive dos grandes meios de comunicação do Pará (Liberal e Diário) que já começaram a infestar a população com reportagens tendenciosas, jogando para os trabalhadores da educação a responsabilidade pelas falhas cometidas pelo Governo do Estado que não está cumprindo a Lei do Piso e o PCCR na sua totalidade. Nesse caso, ele será o único responsável caso seja deflagrada outra greve.
    Não podemos nos abster de ir para a luta. Como já escutamos incessantemente na música de Geraldo Vandré Pra não dizer que não falei das flores “Os amores na mente. As flores no chão. A certeza na frente. A história na mão. Caminhando e cantando e seguindo a canção. Aprendendo e ensinando uma nova lição. Vem, vamos embora. Que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora. Não espera acontecer”. Ou fazemos valer a lei agora, ou será mais uma lei morta no país.
    *Alex Ruffeil é geógrafo do corpo docente do SOME, Polo de Santarém

Nenhum comentário: